No futuro não possuiremos nada

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A era da posse está acabando.

No século 20 estávamos acostumados a pensar que se precisássemos de algo, compraríamos. A evolução nos processos de manufatura e logística viabilizaram o fluxo global de mercadorias.

Mas algo está mudando. A maioria de nós parou de comprar CDs e DVDs. Jovens não compram carros mais. Livros estão vendendo menos. Deixamos de comprar muitas coisas a que estávamos acostumados.

Vamos tomar a música como exemplo. Ao invés de comprar discos, as pessoas vão ouvir a música digitalmente, comprando no iTunes ou ouvindo sob demanda em um serviço de streaming (Spotify, Deezer, Superplayer, PalcoMP3 etc). A música é acessada, não possuída. O mesmo se dá com os DVDs em relação ao Netflix. E isto é só o começo.

E se tivéssemos carros sob demanda? Podemos dizer que Taxis, e até mesmo o Uber e afins, mas eles não são tão convenientes como o Netflix. Como seria ter a conveniencia do seu próprio carro sem precisar possuí-lo?

O modelo de negócio “as a service”, ou em português “como serviço”, sugere que qualquer bem vendido pode ser convertido para um modelo servitizado. Assim é o MaaS: Mobility as a Service, Mobilidade como Serviço. Você paga uma mensalidade como no Spotify e passa a ter acesso instantâneo a taxis, ubers, ônibus e assim por diante. Tudo disponível sob demanda, de forma que deixa de ser preciso possuir carro.

Uma das tecnologias viabilizadoras dos modelos as-a-Service é o IoT. A presença de sensores conectados é peça chave para a administração destes negócios. Paradoxalmente, a Internet das Coisas (IoT) está se transformando na Internet de Coisa Nenhuma, já que as “coisas”, ou produtos, estão se transformando em serviços.

O modelo de serviços é uma forma inteligente de utilizar os recursos naturais. Primeiro porque é comum comprarmos coisas e esquecer que elas existem, largadas em um armário, em uma gaveta ou o que o valha. Segundo porque o modelo de serviço permite o uso compartilhado. Pense em quanto tempo o seu carro fica parado, em relação ao tempo que você realmente o utiliza. É mais de uma tonelada de recursos naturais que foram extraídos da natureza e estão sendo sub-utilizados.

Nem o smartphone escapa da onda da eliminação da posse. A internet das coisas, a computação ubíqua e o modelo de servitização se contrapõem à posse de smartphones e wearables, como pode ser visto no exemplo abaixo:

E se o smartphone foi um exemplo fácil, por ser pequeno, o que dizer de uma Casa como Serviço? É o que oferece a WoodyHousing, por exemplo.

Como dito no vídeo abaixo do World Economic Forum, você está preparado para não possuir nada e ser feliz?

 

Post inspirado no artigo original The Era of Ownership Is Ending.

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