A relação entre Flores Artificiais e Inteligência Artificial

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David Parnas afirmou: A relação entre Inteligência Artificial e inteligência é a mesma relação que as flores artificiais tem com as flores.

Seria perda de tempo versar sobre o quão mais complexa é uma flor, quando comparada a uma flor artificial.

Mas se ainda estivermos em dúvida sobre o potencial da inteligência humana, ou da complexidade da natureza, vejamos dois artigos interessantes:

Sobre a complexidade da natureza: Um estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences sugere que a terra hospeda aproximadamente 1 trilhão de espécies de organismos, mas apenas 0,001% destes organismos já foram identificados, o que significa que 99,99% de todas as formas de vida ainda estão por ser descobertas. Mais conteúdo sobre este assunto pode ser explorado a partir daqui e daqui. O que se percebe a partir daqui é que conhecemos muito pouco sobre a complexidade da natureza para concluirmos que somos capazes de recriá-la.

Sobre o potencial da inteligência humana: Crescemos acreditando que utilizamos 10% de nossa capacidade mental. Mas tanto numerador quanto denominador podem estar errados nesta fração. No numerador, onde descrevemos como o ser humano utiliza sua mente, ainda há muitas descobertas a serem desvendadas sobre os mistérios das percepções extrassensoriais. No denominador, onde está definido o potencial da mente humana, ainda há muito a ser mapeado sobre a complexidade do órgão base da inteligência, o cérebro.

Mantendo o foco da conversa no que já é possível discutir tecnologicamente ou cientificamente, vamos falar sobre os estudos já realizados sobre o cérebro humano. Segundo Mayant Mehta, uma crença fundamental na neurociência é que os neurônios são dispositivos digitais, que geram pulsos ou não. Mas um estudo recente  da Universidade da Califórnia em Los Angeles, publicado no journal Science, concluiu que os dendritos não atuam em sincronia com o corpo celular e, mais surpreendentemente ainda, que os dendritos se comportam de maneira analógica com relação aos pulsos elétricos que ele gera, o que aumenta abruptamente a complexidade das interações neurais. O artigo com a visão geral do estudo pode ser encontrado aqui.

O pensamento por trás deste post, portanto, é que apesar da Inteligência Artificial ser capaz de realizar muitas das tarefas cognitivas que um ser humano desempenha, ela ainda está absurdamente longe de refletir toda a complexidade da existência humana.

Abaixo, uma animação da medição dos impulsos elétricos nos dendritos:

 

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