Inteligência Artificial no Marketing

Posted by

É inegável o frisson que o assunto Inteligência Artificial tem criado. Por exemplo, no SXSW deste ano, foram mais de 100 sessões falando de IA. O Gartner coloca os “Virtual Assistants”, “Deep Learning” e “Machine Learning” no ponto mais alto da curva de especulação (Hype Cycle). “Cognitive Computing” e “Cognitive expert advisors”, também segundo o Gartner, caminham rapidamente para um momento onde as coisas começam a dar errado e a tecnologia passa a ser questionada (o “vale da desilusão” é uma etapa natural na introdução de novas tecnologias, e mesmo as tecnologias mais maduras já passaram por esta etapa em algum momento). Diante da tamanha atenção que IA tem recebido, o próprio Gartner posicionou a Inteligência Artificial como uma mega tendência.

Mas há quem acredite que IA não é uma aplicação tão versátil assim, que a tecnologia ainda não é suficientemente desenvolvida para substituir competências absolutamente humanas, como por exemplo a criatividade. Contrariando esta crença, já foram publicados aqui no AiNews o artigo das gravuras/quadros produzidos por IA e o artigo do empoderamento dos músicos através de IA que tocam instrumentos e acompanham os músicos. Neste campo da música, o trabalho da Flow Machines chama a atenção, com as músicas compostas exclusivamente por Inteligência Artificial, como a Daddy’s car, abaixo.

Neste ano de 2017, um acontecimento específico provou de forma concreta o impacto da IA no mercado de comunicação, quando a Agência Jüssi criou uma marca utilizando IA ao invés de um diretor de arte humano.

No ano passado, o The Washington Post já havia utilizado um bot empoderado por IA para cobrir os resultados das olimpíadas, postando os resultados das provas diretamente no Twitter e poupando trabalho de mineração e curadoria destas informações por parte da imprensa, o que significou substituição de trabalho humano em comunicação por IA.

Quando o assunto é Fake News, a Inteligência Artificial é um paradoxo. Quero dizer: Quanto mais a IA evolui, mais teremos ferramentas para combater as Fake News. Mas ao mesmo tempo, quanto mais a IA evolui, mais as fake news se parecerão reais. Reflexões sobre esta dualidade podem ser observadas neste artigo da Scientific American e neste artigo do The Guardian.

No que diz respeito a atendimento e relacionamento com clientes, as aplicações de chatbots criaram um novo mundo de possibilidades. Destaca-se neste contexto o case de chatbot das Casa Bahia, que conversou com 51.4 mil pessoas , enviou 2 milhões de mensagens, gerou 46.5 mil agendamentos para envio de ofertas e no chatbot para vendas obteve um ticket médio de compra 25% superior ao ticket médio Black Friday 2016, que foi de R$653.

Embora toda automação nos traga sentimentos de insegurança com relação ao desemprego, quando o assunto é marketing, é preciso notar que estamos entrando em uma nova era, onde o marketing 1-to-1 concebido por Don Peppers e Marta Roggers nos idos de 1993 se torna efetivamente o novo padrão. Segundo a American Marketing Association, um dos maiores ganhos da IA no marketing é que o conhecimento sobre os consumidores estará cada vez mais barato e acessível, permitindo que as marcas respondam melhor ao que eles precisam e desejam.

O velho modus operandi pode estar em xeque, mas o futuro que se apresenta é sedutor.

Vinicius Soares

One comment

Deixe uma resposta